Onde esta Deus?

Onde esta Deus?

Onde está Deus?

Esta é uma pergunta corriqueira, principalmente quando estamos no momento de dor e sofrimento. Apesar de se falar muito sobre o assunto, pensa-se pouco a respeito dele. 

E a resposta sempre chega fácil: - Deus está dentro de nós. Esta resposta sempre me chegou impregnada de misticismo, fantasias e distanciamento. A leitura que segue me trouxe a resposta de forma mais clara, tocante e muito verdadeira. 

Segue a transcrição de algumas passagens para você. Espero que seja tão reveladora quanto foi para mim.

 

Deus, o Homem e o Universo

 

O único lugar em que Deus pode ser vivenciado como algo pessoal é dentro do eu. O único lugar em que Deus pode ser procurado e encontrado é no íntimo, em nenhum outro lugar. Deus pode ser deduzido fora do eu através da beleza da criação, das manifestações da natureza, da sabedoria reunida na filosofia e na ciência.

Como Deus é a verdade, as idéias não verdadeiras impedem que o homem tenha a experiência de Deus. Quando o homem duvida da existência de Deus, mas tem medo de admitir essa dúvida, a negação do que, naquele momento, é a verdade para ele – ou seja, a dúvida – interfere, mais do que a própria dúvida, na vivência interior da verdade final. O homem acaba sentindo tanta culpa por causa de suas dúvidas que ou ele as nega, e dessa forma mente para si mesmo, ou assume uma atitude de desafio, e assim elimina sua possibilidade de descobrir a existência de Deus dentro de si mesmo.

Para que possa haver a experiência interior, é necessário existir um conceito verdadeiro sobre a natureza da experiência. Esse conceito verdadeiro deve ter leveza – sem fanatismo, sem rigidez, mesmo que pareça estar de acordo com algumas de suas convicções arraigadas. Se as suas convicções forem contrárias a esse conceito, procurem, apesar disso, manter a mente aberta.

O motivo pelo qual o homem hesita em procurar Deus em seu interior é sua falta de confiança em si. Como pode uma pessoa, que tem profunda falta de confiança em si, procurar uma fonte de sabedoria superior em seu íntimo? Essa falta de confiança faz necessariamente com que o homem procure fora de si, ou negue totalmente e não procure, em lugar nenhum, uma fonte superior de orientação e inspiração. Por isso, é preciso primeiramente que o homem aprenda a confiar em si, a gostar e a acreditar em si mesmo, para poder olhar para dentro e encontrar Deus.

Quando o homem aprende a se conhecer, acaba descobrindo a realidade das leis divinas, desde que avance o suficiente. Ele perceberá, então, que seus pensamentos, sentimentos e atitudes são as forças ativas que influenciam a operação dessas leis. Sua vida é o resutaldo de seus pensamentos, seus sentimentos, suas crenças, seus desejos, desde os  conscientes até os mais ocultos.

Nenhum livro, nenhum professor pode convencê-lo do poder de seus pensamentos e sentimentos, só podem ajudá-lo a aumentar a percepção de si mesmo e, assim, a percepção dos poderes universais que pode usar.

O caminho da auto-descoberta ajuda e conduz à auto-realização, na acepção mais profunda possível. Quando as camadas de medo, culpa, auto-rejeição, inadequação inútil (imaginada e real) e idéias erradas são expostas, entendidas e eliminadas, o homem está pronto para descobrir ambos os aspectos divinos dentro de si. Como a maioria das pessoas não têm ciência do que acontece em seu íntimo, o que elas sentem e pensam, e por quê, elas moldam seu destino sem saber que o fazem, considerando-o um destino pré-determinado ou uma coincidência.

Quando o homem descobre a si mesmo e, conseqüentemente, o papel que desempenha na criação de seu destino, passa de fato a ser ele mesmo. Deixa de ser levado, e passa a dominar sua vida. Deixa de ficar preso a forças que não entende, mas usa deliberadamente esses poderes da maneira mais construtiva, expressa mais o que há de melhor nele, amplia cada vez mais seu potencial, enriquece a vida e, portanto, extrai mais benefícios dela.

Quando falamos em dominar a vida, é preciso ficar bem claro que absolutamente não estamos falando em obstinação rígida, insistência inflexível e incapacidade de ceder. De fato, esses traços precisam ser abandonados para que ocorra o verdadeiro domínio sobre si mesmo, e portanto sobre a vida. A teimosia inflexível e a ambição constituem uma distorção e mau entendimento do que a psique sente e deseja, o domínio sobre a vida e a abundância ilimitada de tudo que é bom. A vontade pequena precisa ceder para que se manifeste a vontade interior, maior.

 

 

Trechos extraídos do capítulo 3 do livro: O caminho para o Eu real, autora: Eva Pierrakos: